Aline Costa começou a engordar aos 8 anos de idade e aos 14 anos chegou a pesar 94 kg. Ela buscou várias dietas e até conseguiu resultados, chegando a emagrecer 12 kg.
O problema era que sempre oscilava muito de peso e aos 18 anos começou com as medicações para emagrecer. Essas medicações nunca lhe fizeram bem e, além dos efeitos colaterais, também não deram o resultado esperado quanto ao seu peso.
Aos 21 anos foi ser comissária de bordo, aonde a rotina alimentar e o seu estilo de vida saudável ficou ainda mais difícil de se conquistar. Era bastante complicado não ter horários fixos e regras para comer. Novamente começou a guerra contra a balança.
“Sempre vivi de regimes. Fazia tudo que aparecia ou me falavam. Tomava shakes, fazia dietas restritas, mas nada parecia ter resultado definitivo. Vivia o efeito sanfona. Acabei passando por uma fase de stress e fui afastada do trabalho.”
“Pouco a pouco, a alimentação desregrada mudou meu corpo. Notava que estava engordando e me sentia incomodada, mas não conseguia controlar minhas impulsões. Sempre fui muito ansiosa e tinha hábitos alimentares ruins, mesmo sabendo que o consumo regular de refrigerantes, doces, comida fast food, excesso de carnes, embutidos, gorduras, carboidratos refinados só iriam me afastar do desejo de estar no meu peso ideal.”
Aline tinha perdido a esperança e o controle da situação. Entrou em um quadro de depressão chegando a tomar em média 7 medicações entre remédios para depressão, controle de peso e indutores do sono.
“Cheguei a buscar ajuda com médicos e nutricionistas, mas parecia que a única coisa que tinham para me dizer era que o meu caso era cirúrgico. A solução para mim seria fazer a cirurgia bariátrica. Sem contar algumas nutricionistas com dietas malucas. Até comprar água específica eu fiz, com a promessa de que seria melhor para os meus resultados. Eu estava me matando a cada dia com a comida. Minha rotina alimentar era péssima. No café da manhã comia pizza ou lanche que havia sobrado do jantar ou não comia nada. Levantava tarde e sem animo. No almoço e jantar a porção de carne era excessiva. Chegava a comprar 1 kg de carne por dia para mim e meu marido. Ou então comia lanches com muita maionese ou fast food. Entre as refeições era um salgado frito ou assado ou pão com embutidos e muito queijo. Sempre muitas porcarias acompanhadas de refrigerante.
“Eu fazia no máximo 4 refeições por dia e estava sempre cheia demais. Não bebia água! Meu intestino era constipado! Mas às vezes com tanta comida gordurosa ele até que funcionava.”
“A obesidade mexe com a auto estima afinal gordo não pode nada.”
E eu, mesmo atuando como nutricionista há mais de 20 anos, ao conhecer a Aline, pensei: ela vai ser um desafio!
Depois de tantas tentativas frustradas de emagrecimento e hábitos alimentares ruins, além disso Aline Costa não aceitava variar muito o cardápio entre verduras e legumes. Consumia carboidratos refinados em excesso, muito açúcar, não tinha o hábito de comer frutas e não bebia água. Mas o principal e maior desafio de todos foi que ela adquiriu uma desconfiança dos profissionais nutricionistas.
A proposta alimentar
Na primeira consulta identifiquei os erros alimentares, pedi para fazer uma relação de verduras, legumes e frutas que poderia consumir no seu dia a dia. Na avaliação física foi constatado que o IMC estava acima de 40 e o seu percentual de gordura altíssimo.
O trabalho consistiu em explicar com paciência e detalhadamente qual seria a estratégia que iríamos aplicar e porque haveriam restrições de alguns alimentos e inclusão de outros. Aline Costa foi se mostrando convencida e aceitou o Plano Alimentar que consistia:
- Variar pelo menos 4 porções diferentes de frutas por dia (podendo ser consumidas também em formas de sucos naturais) sem açúcar e incluindo alimentos desintoxicantes e que controlassem a glicemia. Nos exames clínicos não haviam alterações em relação a glicemia, somente com a Vit D, mesmo assim o procedimento seria controlar o índice glicêmico dos alimentos.
- Incluiria nos sucos e muitas vezes na comida gengibre, linhaça e chia.
- Em relação às folhas e legumes foi prescrito somente o que ela aceitava. (Alface, Rúcula, Repolho,tomate, cebola e alho para cozinhar. Solicitei que fosse adaptando seu paladar a outros hábitos e para isso era necessário experimentar.
- Quanto às proteínas, o proposto foi que consumisse somente carnes magras, frango e ovos. Aline não aceitava pescados, nem suínos.
- Para os carboidratos, introduzimos o pão sem glúten e sem conservante, a aveia, barrinhas de cereais, batatas e raizes, linhaça, chia, o arroz integral e as leguminosas.
A combinação perfeita e saudável da nossa culinária Aline gostava, mas não tinha mais o hábito de comer arroz com feijão. - Também foi sugerido o consumo de boas fontes de gorduras como o azeite extra virgem, as oleaginosas, castanhas e a manteiga com moderação.
- Já para os laticínios ficou restrita ao iogurte.
- Também foi prescrito chás energéticos, diuréticos e calmantes, todos naturais, comprados como folhas ou casca de frutas.
- A hidratação foi fundamental, expliquei que somos compostos de 70% água e necessitamos desse consumo para melhorar as funções metabólicas do nosso corpo
- A reeducação alimentar foi mantida dessa forma no primeiro mês. E depois de três semanas, foi possível liberar que, uma vez por semana e somente em um horário, ela comesse a metade de um lanche acompanhado com uma salada variada e sem aqueles molhos industrializados.
- O chocolate 70% foi permitido 15g por dia ou o alfarroba
A partir do segundo mês, como Aline apresentou mais dificuldades para reduzir o peso por semana e sua ansiedade aumentou, senti a necessidade de modificar a dieta reduzindo em 20% dos carboidratos do que já estava consumindo.
No terceiro mês houve a necessidade novamente de restringir ainda mais a dieta. Claro que tudo era feito com o seu consentimento! Então passamos a uma dieta cetogênica com somente 8% de carboidratos onde o corpo produzia energia principalmente através das fontes de gorduras.
Para essa dieta aumentamos a prescrição das fontes de proteínas magras e gorduras saudáveis, somente verduras de folhas, tomate e cebola, restringimos as frutas para o limão, os alimentos tinham que ser pesados.
Novamente, o resultado aconteceu, mas com algumas consequências desagradáveis como: ela sentia dificuldades, irritação, mais vontade de comer doces, faltava energia e disposição para fazer atividades, mas Aline não sentia fome alguma, isso porque essa dieta pode controlar muito a glicemia do paciente.
Durante todo esse processo o acompanhamento foi intenso e estávamos em contato diariamente. Sempre deixei claro que o mais importante era o seu bem estar.
É claro que o sucesso da Aline Costa em todo esse processo foi, principalmente, graças ao seu esforço, determinação e confiança depositada no meu trabalho.
Ela sabia que mesmo consciente do seu processo de emagrecimento, queria sempre mais e todos os dias vencia as suas dificuldades e a ansiedade para alcançar seus resultados.
Aproveito a oportunidade para agradecer a Aline Costa por toda sua confiança! Foi um imenso prazer acompanhá-la nesse projeto! Tenho profunda admiração por essa pessoa determinada, detalhista, exigente, comprometida que você mostrou ser, respeitando todos os profissionais e colaboradores desse lindo projeto. Foi gratificante ver o quanto você se superou a cada dia! Parabéns pelas suas conquistas e saiba que não para por aqui!
Estaremos juntas, dando continuidade ao seu Projeto Verão 2018!